Eu ouço vozes.
Vozes que me despertam.
Vozes que erram pensando acertar,
Que acertam pensando errar,
Vozes com sede de discriminação.
Vozes desancoradas,
Ora excitadas, ora sem vida,
Vozes mergulhadas em insistente confusão.
Eu ouço vozes.
Vozes que não me deixam dormir.
Vozes que falam de um mundo pequeno,
Que vêem pouco, que descrêem.
Vozes de uma cidadezinha feita de espelhos.
Vozes que temem o que está dentro
E que anseiam o que está fora.
Vozes de desejo e medo.
Eu ouço vozes.
Vozes que me despertam.
Vozes que lamentam,
Que estão com fome.
Vozes que se vêem sem voz.
Eu ouço vozes.
Vozes do meu próprio mundo.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
MORTE
Morte I (Sentido)
A palavra não garante seu sentido.
Mesmo sendo ela no ouvido traduzida,
Raramente se faz, de todo, na carne conhecida.
Tome a palavra Morte como exemplo.
Palavra esta que, sendo da carne, em vida,
Uma completa desconhecida,
Vive a nos matar de medo.
Morte II (Morte Mata)
Há quem diga que viu a Morte,
Mas o olho nunca verá a Morte.
Desculpe, mas só o morto vê a Morte.
A Morte, meu amigo, não tem vida.
Os não-mortos vêem luz, vêem esperança, vêem medo.
Os não-mortos vêem a proximidade da morte.
Mas a Morte não tem cor,
Não tem esperança,
Não tem medo,
A Morte não se contenta em ficar próxima.
A Morte mata.
Morte III (Mistério)
Veja só.
A vida só pode ser tocada
Devido à Morte.
Sem a mudança, Morte fracionada, a vida não pode ser, sequer, percebida.
Só conheceremos, neste mundo, a vida grudada à Morte.
Contentemo-nos com isso, jamais saberemos o que é vida,
jamais saberemos o que é Morte.
Àquele que morre só resta chamar a Morte de Mistério.
A palavra não garante seu sentido.
Mesmo sendo ela no ouvido traduzida,
Raramente se faz, de todo, na carne conhecida.
Tome a palavra Morte como exemplo.
Palavra esta que, sendo da carne, em vida,
Uma completa desconhecida,
Vive a nos matar de medo.
Morte II (Morte Mata)
Há quem diga que viu a Morte,
Mas o olho nunca verá a Morte.
Desculpe, mas só o morto vê a Morte.
A Morte, meu amigo, não tem vida.
Os não-mortos vêem luz, vêem esperança, vêem medo.
Os não-mortos vêem a proximidade da morte.
Mas a Morte não tem cor,
Não tem esperança,
Não tem medo,
A Morte não se contenta em ficar próxima.
A Morte mata.
Morte III (Mistério)
Veja só.
A vida só pode ser tocada
Devido à Morte.
Sem a mudança, Morte fracionada, a vida não pode ser, sequer, percebida.
Só conheceremos, neste mundo, a vida grudada à Morte.
Contentemo-nos com isso, jamais saberemos o que é vida,
jamais saberemos o que é Morte.
Àquele que morre só resta chamar a Morte de Mistério.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
No papel
A página vazia
Não tem história,
Não conhece dor,
Não tem pecado.
E quando ela,
Pobre folha,
De tão rabiscada,
Impede a visão do novo traçado,
Descobre que tem um nome
E um rosto registrado.
E então, a página, que uma vez era vazia,
Percebe-se, pela primeira vez, dolorosamente vazia.
Não tem história,
Não conhece dor,
Não tem pecado.
E quando ela,
Pobre folha,
De tão rabiscada,
Impede a visão do novo traçado,
Descobre que tem um nome
E um rosto registrado.
E então, a página, que uma vez era vazia,
Percebe-se, pela primeira vez, dolorosamente vazia.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Cavalo
Um cavalo correndo pelos campos
Um cavalo correndo pelos campos sem medo
Um cavalo correndo pelos campos sem olhar para os lados
Um cavalo correndo pelos campos com toda a liberdade
Um cavalo cortando os campos com toda a vitalidade de pêlo suado de crina desordenada
Sem desejo de interromper a corrida
Sem tropeços sem receios
Um cavalo correndo pelos campos sem parar
Um cavalo que só a morte pára
Sem se questionar como o homem se questionaria
Sem hesitar como o homem hesitaria
Um legítimo cavalo correndo pelos campos
Como um legítimo homem livre correria
Um cavalo correndo pelos campos sem medo
Um cavalo correndo pelos campos sem olhar para os lados
Um cavalo correndo pelos campos com toda a liberdade
Um cavalo cortando os campos com toda a vitalidade de pêlo suado de crina desordenada
Sem desejo de interromper a corrida
Sem tropeços sem receios
Um cavalo correndo pelos campos sem parar
Um cavalo que só a morte pára
Sem se questionar como o homem se questionaria
Sem hesitar como o homem hesitaria
Um legítimo cavalo correndo pelos campos
Como um legítimo homem livre correria
sábado, 21 de agosto de 2010
Poema Magro Mas Nem Tanto (Autobiografia)
Sou Nem Tanto
Nem Tão PoucoNem De Ferro
Nem De NadaUm Tanto Certo
Um Tanto LoucoNem Brilhante
Nem Tão FoscoNem Todo Ofício
Nem Só ÓcioNem Tão Fino
Nem Tão ToscoNem Certeiro
Nem Tão TortoMas Fincar O Pé No Centro?
Nem Morto.
O medo é minha última esperança
O que ficou apodrece,
Tem cheiro de corpo morto,
Não tem esperança e, assim,
O infeliz não tem medo.
O que ficou sabe que tudo se vai e,
Assim, não tem esperança.
Com seu cheiro de corpo morto,
O infeliz não tem medo.
Tem cheiro de corpo morto,
Não tem esperança e, assim,
O infeliz não tem medo.
O que ficou sabe que tudo se vai e,
Assim, não tem esperança.
Com seu cheiro de corpo morto,
O infeliz não tem medo.
domingo, 17 de maio de 2009
Filho
Escrevi esta poesia para meu segundo filho, Luan, durante seu primeiro ano de vida. É tão comum nos preocuparmos e ficarmos, às vezes, ansiosos com a fragilidade de um bebê, pois parece uma criaturinha tão vulnerável. Até tem seu lado de dependência, de necessitar muito cuidado e proteção, mas isso é só um pedaço da verdade. Sempre acabamos por nos surpreender como é potente a força da vida.
Te vejo frágil,
Mas tua fragilidade não é toda a verdade,
Pois és cheio de vida, vida que te garante.
Te vejo puro,
Mas tua pureza não é toda a verdade,
Pois tens em teu corpo a história do homem,
História que te sustenta.
Mas, sim, tua dependência se expressa em linda fragilidade.
Sim, tua pureza é não esperar, com teus olhos, nenhuma maldade.
És recipiente, paciente, daquele que te dá o colo.
És recipiente, paciente, daquela que te dá o leite.
E, de todas as belezas tão tocantes,
Nenhuma supera tua permanente confiança.
Pois através dela nasce a mais humana aliança
De dar e receber.
Dar além de si.
Receber tão completamente aberto que nenhuma moeda de troca
É tão digna quanto teu sorriso.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Criação
A um pedaço de papel
Frio, áspero e que nada, por si, transmite,
Eu te proponho.
Deito cada letra que, sem presunção, te desenha
Enquanto estás, ainda, ausente de significado e lógica.
Desenterro minhas memórias, feitas de dores e alegrias,
Para gerar, qual artesão, da alma exposta, uma cria.
Uma vez que tua escrita traz essência
E alguma coisa, saborosa ou acre-doce, comunica,
Sorrio ao ver-te expressão, ver-te louvor, ver-te poesia.
Frio, áspero e que nada, por si, transmite,
Eu te proponho.
Deito cada letra que, sem presunção, te desenha
Enquanto estás, ainda, ausente de significado e lógica.
Desenterro minhas memórias, feitas de dores e alegrias,
Para gerar, qual artesão, da alma exposta, uma cria.
Uma vez que tua escrita traz essência
E alguma coisa, saborosa ou acre-doce, comunica,
Sorrio ao ver-te expressão, ver-te louvor, ver-te poesia.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Sustento
A respiração é teu sustento.
Alimento invisível, oferenda imperceptível
Que, gentilmente, o mundo a ti oferece.
É aveludada quando
Teu coração, satisfeito, a acolhe
E insuficiente quando, choroso, te calas.
É bruto desabafo ou doce sopro,
Doação, inconsciente, que se faz à vida.
É infinita quando a soltas sem custo
E curta quando defines o preço.
É, de tuas expressões, a mais reveladora.
É tua primeira e última companhia,
Pois, desde o primeiro dia,
Dedica-se a fazer, obsessiva,
Da morte, a contagem regressiva.
Alimento invisível, oferenda imperceptível
Que, gentilmente, o mundo a ti oferece.
É aveludada quando
Teu coração, satisfeito, a acolhe
E insuficiente quando, choroso, te calas.
É bruto desabafo ou doce sopro,
Doação, inconsciente, que se faz à vida.
É infinita quando a soltas sem custo
E curta quando defines o preço.
É, de tuas expressões, a mais reveladora.
É tua primeira e última companhia,
Pois, desde o primeiro dia,
Dedica-se a fazer, obsessiva,
Da morte, a contagem regressiva.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Lógica
Um segundo ou dois pode ser a vida de um olhar,
Do desfrutar de um toque, de um sabor.
Um mês ou dois pode ser a vida de uma paixão,
De um desejo, de uma atração.
E não espere que da soma de muitos uns e tantos dois
Resulte à vida igual desfrute ao desfrute eterno de um amor.
Do desfrutar de um toque, de um sabor.
Um mês ou dois pode ser a vida de uma paixão,
De um desejo, de uma atração.
E não espere que da soma de muitos uns e tantos dois
Resulte à vida igual desfrute ao desfrute eterno de um amor.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Seis dias
Conheci a mulher que eu amo no mês de dezembro. Casei com a mulher que eu amo em maio do próximo ano. Em julho ficamos grávidos. Pareceu rápido? De forma nenhuma, para mim demorou :). Mas alguns acharam rápido demais. Aí vai o segredo, essa poesia foi minha resposta para algumas pessoas que vieram para mim contando o tempo. Como se eu não soubesse contar, hehe, saber eu sei, mas não preciso ;).
Quem conta o tempo há muito tempo conta o tempo.
E pouco é muito a quem a contar não perde tempo.
Deus sequer imaginava que toda a sua cria havia sido feita em apenas seis divinos dias.
Quem estava a contar era o Diabo - olhando de fora - e tenho certeza que,
De tão incrédulo, ele fervia enquanto, realizado, Deus descansava no sétimo dia.
A verdadeira criação não é contida pela matemática do tempo,
Pois a verdade é o que há de mais puro,
E tudo o que é puro é divino,
E tudo o que é divino pára o tempo.
Pois até o tempo reconhece o sagrado e se prostra embriagado em sua presença.
E é por isso que eu te amo tanto,
Mesmo que alguém, a contar nos dedos, pense que eu amo há pouco tempo.
Em relação
Onde tantos sustentaram que o amor é uma miragem,
Eu manifesto o quão ilusória é a solidão.
Onde tantos expuseram que o caminho é solitário,
Eu exponho que a um ser que é só não existem passos.
Onde a realização de um homem foi dita com sendo sua,
Eu digo que sua realização a ele não pertence.
Solidão é miragem na existência.
É, de todas as crenças, a mais frágil,
Pois não há pensamento que para si se crie,
Não há palavra que para si seja dita,
Não há gesto que para si seja feito.
Onde tantos se recolheram em sua busca isolada,
Eu grito o nome do encontro.
Onde tantos se detiveram jurando compromisso à sua cela,
Eu juro total entrega.
Onde tantos dormiram embalados por suas próprias palavras,
Eu acordo para ouvir o mundo.
Solidão é miragem na existência,
É crença enganosa fruto de uma dor não-digerida,
É conceito que não pertence a este mundo.
Solidão não é opção disponível aos homens.
A dor tem fonte única.
É o resíduo do esforço despendido para provar a si mesmo o impossível,
A existência do indivíduo por si só.
A dor é fruto de uma imensa miragem.
Eu manifesto o quão ilusória é a solidão.
Onde tantos expuseram que o caminho é solitário,
Eu exponho que a um ser que é só não existem passos.
Onde a realização de um homem foi dita com sendo sua,
Eu digo que sua realização a ele não pertence.
Solidão é miragem na existência.
É, de todas as crenças, a mais frágil,
Pois não há pensamento que para si se crie,
Não há palavra que para si seja dita,
Não há gesto que para si seja feito.
Onde tantos se recolheram em sua busca isolada,
Eu grito o nome do encontro.
Onde tantos se detiveram jurando compromisso à sua cela,
Eu juro total entrega.
Onde tantos dormiram embalados por suas próprias palavras,
Eu acordo para ouvir o mundo.
Solidão é miragem na existência,
É crença enganosa fruto de uma dor não-digerida,
É conceito que não pertence a este mundo.
Solidão não é opção disponível aos homens.
A dor tem fonte única.
É o resíduo do esforço despendido para provar a si mesmo o impossível,
A existência do indivíduo por si só.
A dor é fruto de uma imensa miragem.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Até a felicidade tem sua dose de tristeza
Uma dose, dê-me uma dose.
A felicidade pede sua dose de tristeza,
Pois é sentada na tristeza que ela se mostra.
É como tinta amarela no chão preto.
Sem seu assento, felicidade é como uma pipa solta ao vento
Sem o pulso atento do guri brincalhão.
A tristeza é o fio-terra da felicidade.
Sem seu toque, os sorrisos se desmancham ao tocar o chão.
Uma dose, dê-me uma dose de tristeza.
Dê-me uma dose
Para que eu desfrute minha felicidade em boa companhia.
Dê-me uma dose
Para que eu compartilhe minha bebida na companhia amiga dos infelizes.
Dê-me uma dose
Para que eu não tenha medo de chorar de felicidade triste.
Dê-me uma dose
Para que eu jamais esqueça que toda felicidade individual traz
Uma faceta excludente.
A felicidade pede sua dose de tristeza,
Pois é sentada na tristeza que ela se mostra.
É como tinta amarela no chão preto.
Sem seu assento, felicidade é como uma pipa solta ao vento
Sem o pulso atento do guri brincalhão.
A tristeza é o fio-terra da felicidade.
Sem seu toque, os sorrisos se desmancham ao tocar o chão.
Uma dose, dê-me uma dose de tristeza.
Dê-me uma dose
Para que eu desfrute minha felicidade em boa companhia.
Dê-me uma dose
Para que eu compartilhe minha bebida na companhia amiga dos infelizes.
Dê-me uma dose
Para que eu não tenha medo de chorar de felicidade triste.
Dê-me uma dose
Para que eu jamais esqueça que toda felicidade individual traz
Uma faceta excludente.
Pescador
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele joga a rede, eu jogo meu olhar.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele tem um só pensamento e o olhar fixo,
Eu abro os olhos para ver o que quer que eu veja.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele não pode voltar de mãos vazias,
Eu venho para, em oferenda, esvaziar as minhas.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele é todo expectativa, ele tem o que esperar,
Eu não ouso imaginar o que para mim virá.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele facilmente acaba por se frustrar,
Eu estou cá comigo mesmo, não tenho a quem reclamar.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele vem para matar a fome de toda a sua família,
Eu só posso matar a minha.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele, mesmo enchendo o barco da melhor pesca,
Em breve precisará retornar,
Eu, tendo encontrado o que procuro,
Volto para casa de meus amigos, desta vez para ficar.
Ele joga a rede, eu jogo meu olhar.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele tem um só pensamento e o olhar fixo,
Eu abro os olhos para ver o que quer que eu veja.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele não pode voltar de mãos vazias,
Eu venho para, em oferenda, esvaziar as minhas.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele é todo expectativa, ele tem o que esperar,
Eu não ouso imaginar o que para mim virá.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele facilmente acaba por se frustrar,
Eu estou cá comigo mesmo, não tenho a quem reclamar.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele vem para matar a fome de toda a sua família,
Eu só posso matar a minha.
Eu não busco o que ele busca no mar.
Ele, mesmo enchendo o barco da melhor pesca,
Em breve precisará retornar,
Eu, tendo encontrado o que procuro,
Volto para casa de meus amigos, desta vez para ficar.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Quem se atreve a desvendar outra alma
Quem é esse que se atreve a outra alma desvendar?
Que tipo de homem ou mulher seria esse
Que por tal caminho se atrevesse?
Tanto risco para tão pouco ouro que sai deste garimpo.
O que existe lá por dentro é coisa intrincada,
Sem chances de se chegar espiando como quem não quer nada.
O que existe lá por dentro é escrito numa língua a outros desconhecida,
Formulada com cada olhar e cada segundo de experiência de vida.
O que existe lá por dentro é combinado de maneira tão única e exclusiva,
Curiosamente obra de um só ente que assina criador e criatura,
Que jamais se viu sair resultado igual de tal mistura.
Essa arte tão refinada faz seu preço,
E, voltando ao que nos trouxe aqui no começo,
Desvendar outra alma é coisa que nem o diabo,
Senhor do Atrevimento, ousaria.
Pois a maior desilusão do coitado
Foi descobrir que se por esse caminho se atrevesse,
A sua própria alma ele perderia.
Que tipo de homem ou mulher seria esse
Que por tal caminho se atrevesse?
Tanto risco para tão pouco ouro que sai deste garimpo.
O que existe lá por dentro é coisa intrincada,
Sem chances de se chegar espiando como quem não quer nada.
O que existe lá por dentro é escrito numa língua a outros desconhecida,
Formulada com cada olhar e cada segundo de experiência de vida.
O que existe lá por dentro é combinado de maneira tão única e exclusiva,
Curiosamente obra de um só ente que assina criador e criatura,
Que jamais se viu sair resultado igual de tal mistura.
Essa arte tão refinada faz seu preço,
E, voltando ao que nos trouxe aqui no começo,
Desvendar outra alma é coisa que nem o diabo,
Senhor do Atrevimento, ousaria.
Pois a maior desilusão do coitado
Foi descobrir que se por esse caminho se atrevesse,
A sua própria alma ele perderia.
A Metragem Quadrada do Coração
Medição infame esta
Que calcula o quanto cabe em meu coração.
Basta aproximar a fita métrica de minha mão
Para que se estabeleça incompreensão.
A metragem quadrada deste músculo
Não comporta o mais tosco sentimento.
O espírito não se satisfaz como a carne de um molusco
Que negocia com sua concha o crescimento.
A medida cabe à vida que se faz contida, que se faz dura, se faz fria
Como que presa à lápide de mármore de uma pessoa que partiu.
Mas não se diz o mesmo da vida em alegria
Que se faz ampla, desafia e não se entrega à loucura por um fio.
Medição infame esta
Que revira e mede cada centímetro do meu coração.
Saiba que tempo e reflexão desgastaram os muros de contenção,
Não ficou sequer uma emoção impedida de sua canção.
O que restou foi apenas um coração desmedido
Avesso à análise burocrática
E sem chances de solução matemática.
Que calcula o quanto cabe em meu coração.
Basta aproximar a fita métrica de minha mão
Para que se estabeleça incompreensão.
A metragem quadrada deste músculo
Não comporta o mais tosco sentimento.
O espírito não se satisfaz como a carne de um molusco
Que negocia com sua concha o crescimento.
A medida cabe à vida que se faz contida, que se faz dura, se faz fria
Como que presa à lápide de mármore de uma pessoa que partiu.
Mas não se diz o mesmo da vida em alegria
Que se faz ampla, desafia e não se entrega à loucura por um fio.
Medição infame esta
Que revira e mede cada centímetro do meu coração.
Saiba que tempo e reflexão desgastaram os muros de contenção,
Não ficou sequer uma emoção impedida de sua canção.
O que restou foi apenas um coração desmedido
Avesso à análise burocrática
E sem chances de solução matemática.
sábado, 5 de janeiro de 2008
A PEDIDO
Por mim, por favor, não tenhas pressa.
Aceita meu convite, ele vem de uma verdade.
É uma palavra de carinho e uma advertência de cuidado,
Para que me vejas,
Para que me honres.
Não precisas te afastar, podes trazer teu andar sensível ao meu lado,
Para que eu te veja,
Para que eu te honre.
Apenas me devolvas o tempo da mesma forma que o pegaste.
Vem me mostrar quem tu és sem que o sol que recém nasceu confunda minha visão.
Vem me mostrar parte por parte a seu momento,
Teu olhar ao amanhecer, teu perfil ao pôr-do-sol
E, à noite, apenas tua voz invisível.
Vem repousar tua ansiedade em meu colo
E minhas defesas cairão na terra.
Vem sem esperar que eu não seja eu,
Vem sem pressa para que sejas tu.
Anda com teu passo sensível até mesmo
Se eu não estiver a te aguardar,
Pois se nos entregarmos a esta dança abnegada,
Sejam unidas ou afastadas,
Serão duas as pessoas a se encontrar.
Aceita meu convite, ele vem de uma verdade.
É uma palavra de carinho e uma advertência de cuidado,
Para que me vejas,
Para que me honres.
Não precisas te afastar, podes trazer teu andar sensível ao meu lado,
Para que eu te veja,
Para que eu te honre.
Apenas me devolvas o tempo da mesma forma que o pegaste.
Vem me mostrar quem tu és sem que o sol que recém nasceu confunda minha visão.
Vem me mostrar parte por parte a seu momento,
Teu olhar ao amanhecer, teu perfil ao pôr-do-sol
E, à noite, apenas tua voz invisível.
Vem repousar tua ansiedade em meu colo
E minhas defesas cairão na terra.
Vem sem esperar que eu não seja eu,
Vem sem pressa para que sejas tu.
Anda com teu passo sensível até mesmo
Se eu não estiver a te aguardar,
Pois se nos entregarmos a esta dança abnegada,
Sejam unidas ou afastadas,
Serão duas as pessoas a se encontrar.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Só acredito em Deus quando estou apaixonado
A dor é coisa que é do homem,
Coisa herdada que não se esquece,
Coisa que não some.
A dor é aqui da terra,
Já a felicidade aqui não cresce.
Felicidade não é coisa humana,
Humana é a dor.
A dor anda de cabeça baixa como quem procura sua própria raiz,
Desejando arrancá-la e apagar da memória qualquer cicatriz.
A dor tem os pés descalços e anda insegura temendo cacos de vidro no chão,
A felicidade não.
A felicidade demora a chegar e é vulnerável, vem como uma brisa.
Já a maldita dor é um espinho teimoso que finca fundo e imobiliza
O desgraçado da vez que sofrendo grita e agoniza.
Felicidade vem de cima escondida em meio à chuva,
No chão ela abre suas mãos e se refresca na gota que do céu ainda cai.
Felicidade, definitivamente, não é coisa do homem.
Dura um dia ou dois, mas depois o abandona e, sem despedidas, se vai.
Felicidade só pode ser tomada emprestada,
Tem data e hora de devolução marcada.
Felicidade só chega para o homem apaixonado
que crê em algum tipo de Deus da Felicidade.
Se disser que acredita e não está apaixonado...
Desculpe, mas não pode ser verdade.
Não há como existir quem se defina como um desapaixonado crente,
Só se for um apaixonado confuso ou um desapaixonado que mente.
E, se há um Deus da Felicidade, esse Deus é, com certeza,
Uma Deusa de generosas curvas e que te dá bandeira,
Ainda mais se Deus for mesmo brasileiro, digo, brasileira.
Coisa herdada que não se esquece,
Coisa que não some.
A dor é aqui da terra,
Já a felicidade aqui não cresce.
Felicidade não é coisa humana,
Humana é a dor.
A dor anda de cabeça baixa como quem procura sua própria raiz,
Desejando arrancá-la e apagar da memória qualquer cicatriz.
A dor tem os pés descalços e anda insegura temendo cacos de vidro no chão,
A felicidade não.
A felicidade demora a chegar e é vulnerável, vem como uma brisa.
Já a maldita dor é um espinho teimoso que finca fundo e imobiliza
O desgraçado da vez que sofrendo grita e agoniza.
Felicidade vem de cima escondida em meio à chuva,
No chão ela abre suas mãos e se refresca na gota que do céu ainda cai.
Felicidade, definitivamente, não é coisa do homem.
Dura um dia ou dois, mas depois o abandona e, sem despedidas, se vai.
Felicidade só pode ser tomada emprestada,
Tem data e hora de devolução marcada.
Felicidade só chega para o homem apaixonado
que crê em algum tipo de Deus da Felicidade.
Se disser que acredita e não está apaixonado...
Desculpe, mas não pode ser verdade.
Não há como existir quem se defina como um desapaixonado crente,
Só se for um apaixonado confuso ou um desapaixonado que mente.
E, se há um Deus da Felicidade, esse Deus é, com certeza,
Uma Deusa de generosas curvas e que te dá bandeira,
Ainda mais se Deus for mesmo brasileiro, digo, brasileira.
sábado, 22 de dezembro de 2007
As festas estão chegando
Como está começando o período de festas, natal, ano novo, férias, carnaval, resolvi dar a minha contribuição postando aqui a letra de um samba que compus a pedido do meu amigo Cláudio Macedo da Vila Mapa. Aceitei o desafio de escrever um samba para a bateria formada por crianças do seu bairro (um maravilhoso projeto que ele coordena há vários anos) e aí está o resultado. Este samba é uma homenagem ao trabalho realizado por eles e será o hino do projeto. A música já está sendo trabalhada com a gurizada.
Aí vai.
SAMBA NÃO TEM IDADE
Foi assim,
Foi assim que se criou
De uma idéia, de um desejo,
Uma escola diferente
Que uniu a nossa gente.
Construída com cuidado,
Firmou o seu aprendizado
No valor de uma criança
No respeito e na esperança.
Recebeu da gurizada
Exemplar dedicação
Que mostrou até pra bamba
Que idade não faz samba.
Essa escola tem repique,
Tamborim e repinique,
Tem ganzá e agogô.
Mas de que vale um instrumento?
Só na mão da criançada
Que abusa batucada
É que ele cumpre o seu intento
E a alegria da criança, que aqui cresce e aparece,
É a grande recompensa que ninguém jamais esquece.
Quem entra junto nesta história, que transforma a realidade,
Tem em troca, na memória, essa tal felicidade.
Aí vai.
SAMBA NÃO TEM IDADE
Foi assim,
Foi assim que se criou
De uma idéia, de um desejo,
Uma escola diferente
Que uniu a nossa gente.
Construída com cuidado,
Firmou o seu aprendizado
No valor de uma criança
No respeito e na esperança.
Recebeu da gurizada
Exemplar dedicação
Que mostrou até pra bamba
Que idade não faz samba.
Essa escola tem repique,
Tamborim e repinique,
Tem ganzá e agogô.
Mas de que vale um instrumento?
Só na mão da criançada
Que abusa batucada
É que ele cumpre o seu intento
E a alegria da criança, que aqui cresce e aparece,
É a grande recompensa que ninguém jamais esquece.
Quem entra junto nesta história, que transforma a realidade,
Tem em troca, na memória, essa tal felicidade.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Sobre a paixão
És tão doce quanto breve,
Tornas o rosto leve e o amante insone.
És tão irresistível quanto curta,
Cortas a escuta e da razão roubas o alcance.
És instantânea, rasa e passageira,
Fazes-me desejá-la inteira e esquecê-la noutro instante.
És capaz de pôr o homem, em segundos, doente,
E com igual destreza, curá-lo completamente.
És fugaz e enganosa,
À tarde és Ana e, à noite, te chamas Rosa.
És fresca, atraente e tão bonita
Que revelar-te em minha escrita é a teus atributos injustiça.
És tão incerta e inconseqüente
Que jogas o passado ao mar, reviras vidas e te manténs silente.
És divina e perdulária,
És necessária e proibida.
Tornas o rosto leve e o amante insone.
És tão irresistível quanto curta,
Cortas a escuta e da razão roubas o alcance.
És instantânea, rasa e passageira,
Fazes-me desejá-la inteira e esquecê-la noutro instante.
És capaz de pôr o homem, em segundos, doente,
E com igual destreza, curá-lo completamente.
És fugaz e enganosa,
À tarde és Ana e, à noite, te chamas Rosa.
És fresca, atraente e tão bonita
Que revelar-te em minha escrita é a teus atributos injustiça.
És tão incerta e inconseqüente
Que jogas o passado ao mar, reviras vidas e te manténs silente.
És divina e perdulária,
És necessária e proibida.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Ilumina
Ilumina,
Ilumina estrela, ilumina vaga-lume.
O olho vai com pressa e cai no engano, mas na alma não há pressa. A alma não se inquieta.
Ilumina,
Ilumina estrela, ilumina vaga-lume.
Da atração revelam uma semelhante natureza , mas não se assemelham em constância.
Ilumina,
Ilumina estrela, ilumina vaga-lume.
Este se mostra insustentável e em breve se cansa,
Mas não aquela, que brilha insistente e fora de alcance.
Ilumina,
Ilumina vaga-lume antes da repentina morte do seu brilho.
Ilumina sem esconder suas qualidades e seus frutos aos olhos sedentos de ilusão.
Ilumina,
Ilumina estrela que perdura além da curta vida humana.
Ilumina sem esconder suas qualidades e seus frutos aos olhos sedentos de verdade.
Ilumina estrela, ilumina vaga-lume.
O olho vai com pressa e cai no engano, mas na alma não há pressa. A alma não se inquieta.
Ilumina,
Ilumina estrela, ilumina vaga-lume.
Da atração revelam uma semelhante natureza , mas não se assemelham em constância.
Ilumina,
Ilumina estrela, ilumina vaga-lume.
Este se mostra insustentável e em breve se cansa,
Mas não aquela, que brilha insistente e fora de alcance.
Ilumina,
Ilumina vaga-lume antes da repentina morte do seu brilho.
Ilumina sem esconder suas qualidades e seus frutos aos olhos sedentos de ilusão.
Ilumina,
Ilumina estrela que perdura além da curta vida humana.
Ilumina sem esconder suas qualidades e seus frutos aos olhos sedentos de verdade.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Feminino
Esta poesia foi escrita após um período de bastante reflexão e, inclusive, após alguns sonhos que me vieram sobre este tema. Este período se estendeu pelos últimos meses do ano de 2007.O propósito destes versos foi abordar o desejo do homem pelo feminino. Porém, a intenção foi apresentar este feminino que tanto desejamos como estando além da própria mulher. Não há como conter num corpo todo o significado e toda a realização do feminino e seu desfrute, ele se expressa em tudo.
Quando minhas mãos não percorrem tua pele
E meus lábios não molham os teus,
Quando meus braços não cercam teu corpo
E meus olhos não aprisionam teus olhos,
É só porque me negas,
Doce,frágil,
E te acato em nome do amor maior
Do que o desejo que é só meu.
E quando, ainda assim, exalas intensa entrega,
A completa entrega que só a mulher pode exalar,
Deitada, nua,
E me incitas a contemplar-te sem forma,
E me incitas a amar-te sem posse,
Sem medo, então, eu amo.
Eu amo o amor que não se perde,
Eu amo o amor que não se acaba,
Eu amo mergulhado em reverência e devoção.
Repouso imerso em ti.
E, assim, revelas teu alento e desvendas meus enganos.
Fazes-me ver que minhas mãos não suportariam todo o teu calor,
Que meu beijo não revelaria todo o teu sabor,
Que meus braços não te tomariam inteira
E que meus olhos não encontrariam todos os teus traços.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Do tempo
Batem as doze badaladas
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem até a morte do cuco
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem
Batem até a morte do cuco
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Aprendiz
Olhar a vida como quem está de fora...aos poucos vamos percebendo que isso vem do medo, que é morte em vida. Foi num desses momentos de reflexão sobre como se relacionar com a vida que nasceu esta poesia. Muitas mudanças emocionais vinham acontecendo nos últimos anos, trazendo mais confiança, mais alegria. Hoje vejo que estes versos foram uma espécie de despedida, adeus distância. Sem entrar de coração na vida como poderemos conhecê-la? Não resta alternativa. Que seja vivida bem de perto e com coragem. Como dizia Vinícius de Moraes: "A vida é pra valer. E não se engane não, tem uma só. Duas mesmo que é bom ninguém vai me dizer que tem sem provar muito bem provado com certidão passada em cartório do céu e assinado embaixo: Deus.E com firma reconhecida!"
Acreditei ser possível te olhar da margem.
Por anos e anos apenas te olhar da margem.
Sem sentir o toque da água, sem descobrir o gosto do sal.
Da margem eu não ouvi tua voz e para mim não mostraste o rosto.
E foi ficando tarde. Foi ficando quase, quase tarde.
De que me serviram esses tempos de olhar distante, se o teu toque se misturava ao toque da água e eu nem sequer conhecia o toque da água?
De que me serviram esses tempos de olhar distante, se o teu sabor se misturava ao sabor do sal e eu nem sequer conhecia o sabor do sal?
A Espetacular Troca de Máscaras
Esta poesia foi escrita quando eu tinha cerca de 17 anos. Aos 18 participei do meu primeiro e único concurso de poesias organizado por um Jornal local. Com esta poesia tirei o primeiro lugar. Imagine a alegria daquele guri de 18 anos recebendo o prêmio. É uma bonita lembrança. Ela é uma espécie de quebra-cabeças de palavras. A proposital ausência de pontuação possibilita mais de uma leitura. A máscara pode tanto ser do "homem" como do palhaço.
Ao final do espetáculo
Calam-se os palhaços
Voltam os homens às suas casas
Ao final do espetáculo
Tiram-se as máscaras
Voltam os homens às suas casas
Sem máscaras
Sem maquiagem
Vê-se ainda os dentes brancos
Do homem
O palhaço tirou a máscara
Ao final do espetáculo
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Figueira
Plantei uma Figueira
Dentro de meu casebre.
Cresce Figueira...
Cresce que o casebre
Desaparece.
Dentro de meu casebre.
Cresce Figueira...
Cresce que o casebre
Desaparece.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
De volta à certeza
Onde foram todas aquelas idéias?
Eram tantos pensamentos, tantas histórias.
Devem ter se fundido à própria vida...
E a vida se tornou poesia.
Agora são os fatos que terminam em rimas raras.
E chegará, quem sabe,
O dia em que tudo venha a ser certeza e,
Em uma inesperada inspiração Parnasiana,
Eu feche minha vida com uma brilhante
Chave de Ouro.
Eram tantos pensamentos, tantas histórias.
Devem ter se fundido à própria vida...
E a vida se tornou poesia.
Agora são os fatos que terminam em rimas raras.
E chegará, quem sabe,
O dia em que tudo venha a ser certeza e,
Em uma inesperada inspiração Parnasiana,
Eu feche minha vida com uma brilhante
Chave de Ouro.
Rapidinha
Vim,
Comi e
Dormi.
Achei que seria longa,
Mas não é.
Achei que teria gozo,
Mas não tem.
Achei que ficaria saciado,
Mas não sacio.
Eta vida torta.
Comi e
Dormi.
Achei que seria longa,
Mas não é.
Achei que teria gozo,
Mas não tem.
Achei que ficaria saciado,
Mas não sacio.
Eta vida torta.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Chaveiro
EU OLHAVA
PELO BURACO DA FECH
ADURA, QUE LINDA FIGURA
EM MEIA LUZ SE DESPIA. EU O
LHAVA PELO BURACO DA FECHA
DURA, EU VIA , MEU OLHO CLÍN
ICO A PERCORRIA. PELO BUR
ACO ENFERRUJADO, EU VIA
O SONHO DE QUALQUER C
HAVEIRO, A CHAVE-ME
STRA DESCOBERTA.A
I, MEU DEUS!POR Q
UE A PORTA NÃO ESTA
VA ABERTA? AO REDOR D
A FIGURA, SUA FIEL MOLD
URA, A FECHADURA, UMA PEQ
UENINA ABERTURA NA PORTA DU
RA. A CHAVE-MESTRA DE MIM RIA
E, CAÇOANDO, DIZIA QUE QUALQUER
PORTA,SILENCIOSAMENTE, ELA ABRIA.
PELO BURACO DA FECH
ADURA, QUE LINDA FIGURA
EM MEIA LUZ SE DESPIA. EU O
LHAVA PELO BURACO DA FECHA
DURA, EU VIA , MEU OLHO CLÍN
ICO A PERCORRIA. PELO BUR
ACO ENFERRUJADO, EU VIA
O SONHO DE QUALQUER C
HAVEIRO, A CHAVE-ME
STRA DESCOBERTA.A
I, MEU DEUS!POR Q
UE A PORTA NÃO ESTA
VA ABERTA? AO REDOR D
A FIGURA, SUA FIEL MOLD
URA, A FECHADURA, UMA PEQ
UENINA ABERTURA NA PORTA DU
RA. A CHAVE-MESTRA DE MIM RIA
E, CAÇOANDO, DIZIA QUE QUALQUER
PORTA,SILENCIOSAMENTE, ELA ABRIA.
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