domingo, 17 de maio de 2009

Filho

Escrevi esta poesia para meu segundo filho, Luan, durante seu primeiro ano de vida. É tão comum nos preocuparmos e ficarmos, às vezes, ansiosos com a fragilidade de um bebê, pois parece uma criaturinha tão vulnerável. Até tem seu lado de dependência, de necessitar muito cuidado e proteção, mas isso é só um pedaço da verdade. Sempre acabamos por nos surpreender como é potente a força da vida.




Te vejo frágil,
Mas tua fragilidade não é toda a verdade,
Pois és cheio de vida, vida que te garante.
Te vejo puro,
Mas tua pureza não é toda a verdade,
Pois tens em teu corpo a história do homem,
História que te sustenta.
Mas, sim, tua dependência se expressa em linda fragilidade.
Sim, tua pureza é não esperar, com teus olhos, nenhuma maldade.
És recipiente, paciente, daquele que te dá o colo.
És recipiente, paciente, daquela que te dá o leite.
E, de todas as belezas tão tocantes,
Nenhuma supera tua permanente confiança.
Pois através dela nasce a mais humana aliança
De dar e receber.
Dar além de si.
Receber tão completamente aberto que nenhuma moeda de troca
É tão digna quanto teu sorriso.

 
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