terça-feira, 18 de setembro de 2007

Figueira

Plantei uma Figueira
Dentro de meu casebre.
Cresce Figueira...
Cresce que o casebre
Desaparece.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

De volta à certeza

Onde foram todas aquelas idéias?
Eram tantos pensamentos, tantas histórias.
Devem ter se fundido à própria vida...
E a vida se tornou poesia.
Agora são os fatos que terminam em rimas raras.
E chegará, quem sabe,
O dia em que tudo venha a ser certeza e,
Em uma inesperada inspiração Parnasiana,
Eu feche minha vida com uma brilhante
Chave de Ouro.

Rapidinha

Vim,
Comi e
Dormi.
Achei que seria longa,
Mas não é.
Achei que teria gozo,
Mas não tem.
Achei que ficaria saciado,
Mas não sacio.
Eta vida torta.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Chaveiro

EU OLHAVA
PELO BURACO DA FECH
ADURA, QUE LINDA FIGURA
EM MEIA LUZ SE DESPIA. EU O
LHAVA PELO BURACO DA FECHA
DURA, EU VIA , MEU OLHO CLÍN
ICO A PERCORRIA. PELO BUR
ACO ENFERRUJADO, EU VIA
O SONHO DE QUALQUER C
HAVEIRO, A CHAVE-ME
STRA DESCOBERTA.A
I, MEU DEUS!POR Q
UE A PORTA NÃO ESTA
VA ABERTA? AO REDOR D
A FIGURA, SUA FIEL MOLD
URA, A FECHADURA, UMA PEQ
UENINA ABERTURA NA PORTA DU
RA. A CHAVE-MESTRA DE MIM RIA
E, CAÇOANDO, DIZIA QUE QUALQUER
PORTA,SILENCIOSAMENTE, ELA ABRIA.

Verso quase livre

Quando eu faço um verso
Minha boca silencia,
Fecho meus ouvidos
E no coração eu sento
Quando eu faço um verso.

Quando eu faço um verso
Tiro meus sapatos,
Meu relógio eu largo
E esqueço do tempo
Quando eu faço um verso.

No coração sentado, em mim, lá dentro,
Tiro, largo meus sapatos, me acomodo, sento.
Fecho, esqueço e silencio o tempo.

No coração sentado, em mim, lá dentro,
Abandono, aborto, queimo tudo o que impedia
Ver surgir do engano, tempo e esquecimento,
O canto, a poesia.

Do meu primeiro contato com o escambo (ou Da minha primeira impressão equivocada do mundo)

Quando nasci,
ofereceram-me um belo ambiente carmesinado
tomado por um agradável odor de rosas.
Preferi-o ao líquido amniótico.
Tolice!
Mais tarde,
viria eu saber que o trocara por um esquife.

Analogia de um turbelário terrestre

Vagarosamente...
Tão lenta e vagarosamente,
Quanto uma lenta lesma a lesmar...
E vai lesmando...
Se arrastando...
Deixando para trás aquele nojento rastro grudento...
Às vezes parando,
Movendo, com a lerdeza singular de uma lesma,
A desajeitada cabeça para trás...
E admirando,
Com um falso orgulho,
O rastro que para trás vai deixando...
Aquele mesmo rastro que,
De tão viscoso,
Chega a dar nojo.

Contraparte

Quem me dera a face de quem sorri
jamais houvesse experimentado a tristeza.
A felicidade, ao adquirir a forma humana,
traz consigo a contraparte inevitável.
 
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