Medição infame esta
Que calcula o quanto cabe em meu coração.
Basta aproximar a fita métrica de minha mão
Para que se estabeleça incompreensão.
A metragem quadrada deste músculo
Não comporta o mais tosco sentimento.
O espírito não se satisfaz como a carne de um molusco
Que negocia com sua concha o crescimento.
A medida cabe à vida que se faz contida, que se faz dura, se faz fria
Como que presa à lápide de mármore de uma pessoa que partiu.
Mas não se diz o mesmo da vida em alegria
Que se faz ampla, desafia e não se entrega à loucura por um fio.
Medição infame esta
Que revira e mede cada centímetro do meu coração.
Saiba que tempo e reflexão desgastaram os muros de contenção,
Não ficou sequer uma emoção impedida de sua canção.
O que restou foi apenas um coração desmedido
Avesso à análise burocrática
E sem chances de solução matemática.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
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